A cidade da névoa

Nelsino Brega estava caminhando pela Cidade dos Pesadelos procurando um jeito de derrotar a irritante Celeste Céu. Como ela era tão esperta? Isso preocupava constantemente Nelsino. Apesar de ser um vilão, vestido com as roupas mais horríveis, feias e uma capa preta assustadora, existiam pessoas que eram fiéis a Nelsino.

Enquanto isso, uma garota vivaz, alegre, humorada e inteligente estava na cidade vizinha. Ela se chamava Celeste Céu e, diferente de Nelsino, não estava preocupada com nada neste segundo. Ela estava na praia de Lua Prata, a areia dourada em seus pés e o mar verde um pouco mais adiante.

Todos se perguntavam como Lua Prata era banhada de sol e calor e a Cidade dos Pesadelos era gélida, fria e escura. A causa disso era que a cidade do vilão tinha um feitiço permanente para ficar assim e Lua Prata, era banhada de felicidade, amor, alegria…

Alguns dias depois, Celeste viu uma multidão e correu para ver o que tinha acontecido. No hall de entrada do prédio, havia a seguinte mensagem: Celeste, eu sei que mais cedo ou mais tarde você virá aqui. Estou te esperando para uma batalha. Mas, assim que a heroína viu e leu a mensagem, ela desapareceu, todas as portas e saídas foram trancadas e Nelsino apareceu.

-Ora, ora, não sabia que você viria tão cedo, Celeste. Mas deveria ter imaginado, sempre tentando salvar seus amiguinhos – falou ele debochadamente.

Nelsino estava insuportável naquele dia. “Mas eu ainda tenho o amor” pensou Celeste. Cada qual dos dois estava lançando feitiços para o outro. Essa terrível disputa acabou com um feitiço de Celeste que richecoteou e atingiu ela. Nelsino aproveitou o momento e colocou-a em uma sala fechada. A heroína estava trancada, tinha sido jogada sem o menor dó e estava desacordada. Foi um terrível momento para os habitantes de Lua Prata. E um ótimo momento para os habitantes da Cidade dos Pesadelos

Quando Celeste acordou, olhou pela sala procurando ver onde estava. Uma sala escura, fechada, com… névoa? Ela só podia estar na Cidade dos Pesadelos! Aonde, ainda não sabia…

Vozes atravessaram a parede verde e mofada: “você tem certeza? Absoluta! PAREM” gritou uma voz de repente “Só há um jeito de descobrirmos. Pelti! Vá lá e olhe.” Celeste entendeu que essa era a hora. Sua única chance. Era rara, ela tinha que fazer tudo certo. Senão… Já era. Andou pela sala com a mão na parede, até que viu um botão semi-escondido. Ela apertou o botão e correu para o outro lado da sala. Viu surgir um armário surgir.

Quando seguro, voltou para perto do armário e começou a examiná-lo. Pegou algumas coisas e, com a mão mesmo (para não perceberem o uso de magia) criou um boneco. Era igualzinho a ela. Depois de pronto, pegou o que mais precisava. Viu um frasco escrito: tônico para teleportar.

Ela continuou correndo a mão pela parede até achar outros botões. Conforme terminava de usar o que tinha em um botão, apertava nele de novo e a coisa desaparecia. Quando as paredes mofadas ficaram a sós novamente, ouviu-se passos descendo uma escada. Celeste murmurou para sua pulseira em forma de borboleta: “quero ficar invisível”. E imediatamente ficou.

Ela estava perto da porta quando Pelti chegou e abriu-a. A super-heroína subiu as escadas, se trancou em um banheiro, pegou o tônico para teleportar, jogou em si mesma e pensou: “quero ir para Lua Prata”. Com um estalo, o banheiro sumiu e apareceram árvores. Ela não sabia como iria sair dali, estava encurralada. Onde estava? Isso era em Lua Prata? Certamente que não, lá não tinha neblina. Neblina… O único lugar que ela conhecia que tinha neblina era na Cidade dos Pesadelos. Então, ela ainda devia estar lá!

Em todos os seus anos de super-heroína, sempre Nelsino Brega que vinha em Lua Prata. Era a primeira vez que ela entrava na cidade do vilão. Além da névoa, que já deixava tudo sombrio, tinha casas pretas e, bem no centro e no alto da cidade, um castelo que dava arrepios. Era alto, cinza, cheio de uma planta sem cor e parecia que estava prestes a cair. Celeste continuava invisível. Apesar disso, parecia que tinha alguém a seguindo. Quando foi pisar o pé para fora da Cidade dos Pesadelos, uma mão agarrou-a e ela caiu no chão, inconsciente.

Fim

24/12/2020

Grazie Maahs