A pulseira perdida

Esta é uma história longa, porque durou mais de um ano – mais precisamente, desde janeiro do ano passado até hoje, vinte e dois de junho de dois mil e vinte e um até, aproximadamente, quatorze e vinte. É uma história muito marcante para mim e envolve surpresa, tristeza, arrependimento e alegria (se formos considerar, é claro, só os fatos que têm a ver com a história, pois, se fôssemos considerar todos os dias do ano, eu ficaria fazendo uma lista muito extensa). No próximo parágrafo você irá descobrir como é esta história.

Em algum dia de janeiro do ano passado, eu estava passeando no Bourbon Ipiranga – que fica em Porto Alegre – quando vi uma lojinha que tinha um cartaz do Snoopy. Eu adoro o Snoopy e tudo que tenha relação com ele – gibis, livros, camisas, enfim, tudo. Eu fui até a loja e vi que ela estava vendendo bijuterias do Snoopy e eram os últimos produtos. Experimentei uma pulseira do Snoopy e ela ficou meio larga, mas se levássemos em um joalheiro ele poderia arrumar. Eu fiquei muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito animada, então resolvi pedir de aniversário adiantado, pois faço aniversário no dia primeiro de maio. Meus pais compraram a pulseira para mim, pois não sabíamos se ela já teria sido comprada quando voltássemos no meu aniversário. Você deve estar pensando: “sorte que você comprou a pulseira, porque em março estourou a pandemia do Coronavírus no Brasil”. Antes eu não pensava assim, pois… Você já vai descobrir!!!

Alguns dias depois, eu fui na casa da minha vó. Com a pulseira, é claro! Eu tinha gostado muito dela, era muito linda! Era como se fosse um amuleto de sorte para mim. Jantamos lá, porque já era noite. Depois fizemos algumas coisas e fomos embora. Entramos no carro e fomos para casa. Quando eu cheguei em casa, descobri que a pulseira não estava mais comigo! Pensei que meus pais tivessem pego, então fui dormir tranquila. Mas, quando acordei no dia seguinte, descobri que, na verdade, ninguém sabia onde estava a minha pulseirinha! Procuramos por todo o lugar, mas não achamos. E ela continuava perdida… As aulas recomeçaram e eu esqueci dela. Quando começou a pandemia, já que estava ficando em casa resolvi procurar a pulseira. Ela tinha vindo dentro de um pacote preto e, sempre que via um, meu coração saía pela boca. Mas nenhuma vez era ela…

Algum tempo depois, minha mãe achou a foto da pulseira quando tínhamos ido na minha vó pela última vez antes da pandemia. Como a foto mostrava a pulseira na casa da vó, achamos que estava lá.

Em junho do ano passado, eu acordei no meio da noite com três teorias:

1- Eu podia ter deixado a pulseira cair da mão, pois, afinal ela era um pouco grande para mim, e alguém do condomínio da minha vó pegou;

2- Nós trocamos de carro, então alguém que foi ver o carro podia ter pego;

3- Estava perdida na casa da minha vó.

Mas nenhuma suposição era a certa…

No dia oito de maio desse ano, dois mil e vinte e um, eu estava estudando para as provas que teria naquela semana e minha mãe e minha irmã estavam arrumando uma bolsa grande que tem todo o tipo de coisa (chamada de Bolsa Lilás por nós), quando minha mãe veio e disse:

– Filha! Olha o que eu achei!

Eu estava concentrada nos estudos e falei, mas sem real curiosidade:

– O quê?

Minha mãe me mostrou e eu pulei da cadeira de felicidade (não foi só literalmente, pulei de verdade). Era a pulseira!!! Peguei a pulseira e coloquei ela em mim.

Nesse instante, eu pude supor o que tinha acontecido. A minha mãe pegou a pulseira e colocou dentro da Bolsa Lilás para eu não perdê-la, mas como ela era pequena, escorregou para o fundo da bolsa e ficou por lá. A mãe não se lembrou que tinha colocado a pulseira dentro da Bolsa, então ninguém procurou muito para o fundo, pois minha mãe tinha procurado na Bolsa, mas só por cima. Até o dia em que ela achou a pulseira no fundo da Bolsa!

Mais tarde, meu pai me chamou, dizendo que iríamos na Orla do Guaíba – em Porto Alegre – ver o pôr-do-sol. Eu deixei a pulseira em cima da minha mesa e fui colocar a máscara para sairmos. Quando eu voltei, não achei a pulseira! Até o dia de hoje – vinte e dois de junho de dois mil e vinte e um -, eu não sabia onde estava a pulseira.

Faz pouco tempo, falei para minha mãe que tinha perdido a pulseira pela segunda vez, e ela disse:

– Um dia desses eu achei a tua pulseira e coloquei ela dentro desta gaveta!

Eu abri a gaveta do meu criado mudo e vi a pulseira!!! Fiquei muuuuuuito feliz e guardei ela.

Esta é uma história que eu certamente irei contar para os meus filhos no futuro, porque a pulseira é muito especial para mim, especialmente agora, com tantas recordações sobre ela! Não é uma simples pulseira, mas parece uma daquelas pulseiras mágicas, com o poder de atrair as pessoas com sua história empolgante! Um pequeno e simples objeto, mas que eu guardo com muito zelo e é muito especial para mim. Nunca desista de procurar o que você perdeu, porque, na hora mais inesperada, você achará!

Grazie Maahs

22/06/2021